Há períodos de nossas vidas marcados pelo silêncio. Uma calmaria incômoda, uma resignação artificial. Um silêncio que ecoa com todas as forças, escancarando a dor das perdas, dos prejuízos, das ausências – algumas temporárias, outras permanentes -, da falta de certas coisas intangíveis – e tangíveis também.
Nesses períodos parece não haver progresso, não haver crescimento. Mas, na verdade, a forma como encaramos as fases de silêncio é que mostra o que verdadeiramente somos e sobretudo, o que temos capacidade de nos tornar.
A força com que resistimos à eloquência do silêncio denuncia qual a matéria prima de nossas fibras.
A semente permanece no escuro até estar pronta para germinar.
Ao invés de nos revoltarmos contra as fases de silêncio, lembremo-nos de que Mozart nos ensinou que a música não está nas notas, mas no silêncio entre elas.